04/04/2007

Faça um bom currículo


Os profissionais de TI precisam evitar siglas na hora de fazer um currículo. Por Danielle Sarraf.

A importância de um currículo bem elaborado já foi objeto de diversas discussões no mundo corporativo - não há dúvidas sobre o assunto. O currículo representa, de forma resumida, quem somos e como podemos contribuir no mercado de trabalho corporativo.

É a primeira e grande oportunidade de causar uma boa impressão, de provocar naquele que recebe o documento um interesse em conhecer pessoalmente um profissional. Ou, em português mais claro, ser chamado para uma entrevista!

É difícil enumerar quantas vezes já fui perguntada sobre esse assunto ao longo de minha vida profissional. A idéia de se fazer um currículo ideal persegue muita gente, desde os profissionais recém-formados até aqueles com muitos anos de carreira. No caso dos executivos do mercado de TI, a maior dificuldade está em “transformar” a experiência técnica numa linguagem mais acessível. Em outras palavras, é bastante comum encontrarmos a famosa – e famigerada – “sopa de letrinhas” sob a forma de currículo.

O formato mais usual de um currículo deve conter um histórico profissional que indique, cronologicamente, as empresas em que se trabalhou, posições ocupadas e principais atribuições e responsabilidades. Além disso, deve conter informações básicas como dados pessoais, formação acadêmica, idiomas e cursos complementares.

A maior fonte de dúvidas está na descrição das atribuições e responsabilidades. Quando se trata de elaboração de currículo, não é muito adequada uma abordagem com ênfase no conhecimento técnico. Isso porque, na grande maioria das vezes, quem vai analisar esse material não é, necessariamente, um técnico no assunto.

Em se tratando de pessoas com nível executivo, ocupando posições de gestão, um currículo contendo muitos termos técnicos pode até causar uma impressão negativa em tempos como os de hoje, em que as empresas vêm valorizando habilidades mais relacionadas a comportamentos, como habilidade de comunicação e visão de negócios.

E como “traduzir” as competências e habilidades valorizadas pelo mercado se a área de TI é, essencialmente, uma área técnica?

Acho que o ponto de partida deve ser a forma de comunicação. Aliás, a palavra-chave é comunicação. Não se trata de falar de TI para leigos, mas o texto deve ser elaborado tendo-se em mente a linguagem do público que se quer atingir. Essas são as premissas dos redatores no mercado publicitário, por exemplo. Se considerarmos que um bom currículo não deixa de ser um “anúncio” de que somos bons profissionais – bons produtos – considero que essa analogia pode ser útil e eficaz para a elaboração de um currículo.

De modo geral, um bom currículo é aquele que, além das informações básicas acima mencionadas, é fácil de ler e entender. Na dúvida, peça para alguém da família, amigos, que leiam o material e peça que avaliem se conseguem entender o que está escrito, se está fazendo sentido. Nada melhor do que pessoas de confiança para nos dizer, honestamente, suas opiniões. E não se preocupe se precisar reescrever alguma coisa – faz parte!

Elaborar um currículo não é fácil, mesmo. Exige mais transpiração do que inspiração. Mas, lembre-se, os recrutadores sabem exatamente a diferença entre um bom currículo e um currículo confuso, com informações demais ou de menos. E, sem dúvida, vão levar esse aspecto em consideração ao avaliar os candidatos, ao escolher quem será entrevistado pessoalmente.


Danielle Sarraf é advogada formada pela PUC/SP com MBA pela Fundação Dom Cabral. Trabalhou com consultoria tributária e societária durante alguns anos de sua carreira, até que virou headhunter, sua ocupação atual. Na coluna Headhunter, a consultora fala de temas relacionados ao comportamento profissional e oportunidades de desenvolvimento de carreira. E-mail: daniellesarraf@hotmail.com .

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